Bazar Reconstruções

Bazar vende produtos recriados a partir do lixo

São mais de 50 produtos à venda, entre peças de moda, móveis e produtos, todos recriados através da reutilização de produtos descartados. O bazar é o resultado do que foi produzido durante o projeto Reconstruções, da UEPA, cujo objetivo é estender a vida útil de produtos e materiais, através do Ecodesign.

Imagine um liquidificador que virou som. Canos de PVC retorcidos que deram origem a uma luminária, ou ainda uma bolsa que se transformou em roupa. Tudo como uma alternativa para produtos que iriam para o lixo, reutilizados através do Ecodesign. Essas e outras invenções e reutilizações serão expostas e comercializadas nos próximos dias 16 e 17 de outubro, no Bazar promovido pelo projeto Reconstruções, uma iniciativa do Centro Acadêmico de Design, da Universidade do Estado do Pará (UEPA).

Os produtos são resultados de uma oficina ministrada por pelos designers Maécio Monteiro, Klébeson Moura e Yorrana Maia através do projeto Reconstruções. Os produtos serão postos a venda na Casa252, no sábado (16), das 16h às 21h, e no domingo (17) das 10h às 14h, que fica localizada na avenida Gentil Bittencourt, alameda Paulo Maranhão nº 252, entre 14 de março e Alcindo Cacela.

Durante um mês, alunos de design, arquitetura e moda participantes do projeto se reuniram para arrecadar todo tipo de produtos que as pessoas quisessem doar. A partir dos objetos doados os objetos foram “reconstruídos” e adquiriam novos usos. São mais de 50 produtos à venda, entre peças de moda, móveis e produtos, todos recriados com muita criatividade.

“O objetivo foi não partir de idéias pré-concebidas, sugestões a partir do que já existe, mas sim pegar idéias que deram certo e reconstruí-las em novas”, diz Yorrana Maia, oficineira de moda.

O preço dos produtos é convidativo: custam de R$10 até o máximo de R$100. E a variedade surpreende. São mesas de centro com os pés reaproveitados de um manequim, relógio de parede feito a partir de peças de bicicleta, luminárias feitas a partir de garrafas de vinho, vestidos originados de paletó e de camisas masculinas, carteiras femininas reconstruídas a partir de bolsa de feira, pufs revestidos com calça jeans, cintos de roda de bicicleta, cadeiras, acessórios e daí em diante.

“O projeto influenciou diretamente na nossa criatividade e nos motivou a não ver o óbvio, mas enxergar através do óbvio”, diz a aluna de design Alba Rocha, que transformou duas calças jeans em um vestido.

Durante o bazar, além de um estúdio de fotografia, haverá o lançamento oficial do site do Reconstruções (www.reconstrucoes.com), com todas as informações e novidades do projeto, que recentemente foi um dos aprovadosdo Edital Microprojetos da Amazônia Legal do Ministério da Cultura.

“A idéia do ecodesign é utilizar esse último elo da cadeia produtiva, o descarte, que é muito danoso ao meio ambiente, e reverter isso, iniciando um novo ciclo através da reutilização”, diz Maécio Monteiro, um dos oficineiros.

Os visitantes ainda poderão participar do Improvideo, um duo de vjs que trabalham a interação de vídeo e música, com a participação do público. No domingo, a programação cultural fica por conta de um grupo de chorinho e samba. Para quem não dispensa também uma programação gastronômica, os organizadores do evento estarão vendendo quitutes vindos diretamente da Portinha, conhecido espaço de Belém.

Próxima edição

Um nova edição do Reconstruções está prevista para acontecer em novembro, com um novo formato e novos objetivos, mais completo e mais aprofundado. O evento será composto de um ciclo de dez palestras, uma oficina de vários módulos e uma exposição final. Na próxima edição do Reconstruções poderão participar educadores, representantes de movimentos sociais, ONGs, estudantes e interessados nas questões de geração de alternativas sustentáveis ao problema do lixo.

“A intenção agora é não apenas mostrar ao público que é possível reutilizar produtos industriais, mas principalmente capacitar profissionais de diversas áreas nos princípios e ferramentas do Ecodesign. Apresentar aos participantes as oportunidades acadêmicas, sociais e de negócios que são possíveis quando pensamos em reutilização, e desta maneira, formar multiplicadores para transmitir essas idéias para outras pessoas”, diz Vanessa Simões, aluna de design e representante do centro acadêmico.

O espaço para palestras e oficinas continuará sendo o campus do Centro de Ciências Naturais e de Tecnologia da UEPA, localizado na Avenida Enéas Pinheiro 2626. Para participar, além da inscrição será solicitada a uma carta de intenção, para que os interessados exponham suas experiências e interesse na área.

O projeto

A idéia principal do Reconstruções foi dar novos usos, para produtos que costumam ser descartados no dia-a-dia, e assim promover uma alternativa sustentável para o descarte exagerado de lixo. Somente os paraenses produzem uma quantidade de lixo domiciliar equivalente a quase dois quilos e meio por dia, de acordo com informações do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp). Os brasileiros de modo geral produzem mais de 300 kg por ano, e reciclam apenas 2,8 kg desse total, de acordo com o Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS).

Serviço:

Bazar Reconstruções

Período: 16 e 17 de outubro, sábado e domingo. Sábado, das 16h às 21h, e domingo das 10h às 14h.

Local: Casa252, localizada na avenida Gentil Bittencourt, alameda Paulo Maranhão, nº 252, entre 14 de março e Alcindo Cacela.

Contato: cadesignuepa@gmail.com ou 8102-6621 (Vanessa Simões).